‘Marília - O Outro Lado da Sofrência’: podcast inédito do g1 mostra impacto musical e cultural da artista que revolucionou o sertanejo

22/07/2025

Com cinco episódios, conteúdo estreia nesta terça (22), quando Marília Mendonça completaria 30 anos

Marília Mendonça, voz que mudou o sertanejo e a música brasileira, faria 30 anos nesta terça, dia 22. Para reverenciar o legado da artista, morta em um acidente aéreo em 2021, estreia 'Marília - O Outro Lado da Sofrência', novo podcast do g1. O podcast busca analisar o impacto provocado pela obra da cantora e compositora que colocou o feminino no centro de um gênero em que os homens eram protagonistas. O projeto também mergulha em sua influência na indústria musical e na formação de novos talentos, além do luto coletivo provocado pela sua partida. Disponível no g1, no Spotify e nas demais plataformas de áudio, o projeto terá cinco episódios, com publicação semanal, às terças-feiras.

A narrativa é conduzida pela apresentadora Carol Prado, jornalista do g1, que, a partir de entrevistas com artistas, especialistas, fãs e pessoas próximas a Marília, relembra o efeito da sua música e figura pública. Entre os convidados estão precursores do sertanejo, como a dupla Chitãozinho & Xororó; nomes que dão continuidade ao movimento consolidado pela 'Rainha da Sofrência', como Simone Mendes; jovens de uma nova geração que tiveram as portas abertas por Marília, como Mari Fernandez e Yasmin Santos; e cantores de outros gêneros que colaboraram com ela, como o rapper Xamã, compositor do hit 'Leão', que está entre as mais ouvidos da década no Brasil.

"Esse é um projeto que tem como objetivo criar um registro jornalístico que dimensione a importância da Marília Mendonça. É algo que, pensando no tamanho que ela teve, o impacto que ela causou, foi pouco discutido até hoje. E, nesse processo, a gente foi descobrindo que não é por acaso que foi pouco discutido", destaca Carol, que explica que ainda existe um preconceito em reconhecer o trabalho da artista por ela ter representado um estilo de música popular, ao mesmo tempo em que o trauma da sua partida faz com que haja uma dor em uma parte da classe artística em falar sobre ela.

Para contar essa história, Cláudia Croitor, editora-chefe do g1, reforça o cuidado na apuração, que se concentrou na relevância artística e sociocultural de Marília. "Nosso objetivo é dar um tratamento sensível, aprofundado e de alta qualidade à jornada da artista. O g1 traz uma abordagem que vai além do factual: a equipe faz uma seleção criteriosa dos momentos mais emblemáticos da trajetória de Marília Mendonça, destacando não só os marcos de sua carreira, mas também os dilemas, conquistas e bastidores pouco conhecidos", avalia.

Sobre o primeiro episódio

Na sua estreia, o podcast relembra a chegada da 'Rainha da Sofrência' ao auge, tornando-se uma das vozes mais queridas do Brasil. O primeiro episódio também se aprofunda na tragédia que tirou a vida de Marília e como o ocorrido deixou um país em luto. Além disso, aborda o trauma e as mudanças que a ausência da cantora provocou no mercado da música, refletindo na carreira de outros talentos, como a dupla Zé Neto & Cristiano.

Confira aqui o lançamento de 'Marília - O Outro Lado da Sofrência', disponível no g1, no Spotify e nas demais plataformas de áudio. O projeto terá cinco episódios, com publicação semanal, às terças-feiras.

Entrevista com Carol Prado, jornalista e apresentadora do podcast:

1. Como você avalia a importância de Marília Mendonça para a música brasileira?

A Marília foi uma figura central do movimento feminejo, que abriu as portas para uma geração de cantoras que surgiu depois. Se a gente olhar para a história do sertanejo, desde o início do século passado - quando foi gravada a primeira moda de viola - até meados dos anos 2010, havia pouquíssima representatividade feminina. Um estilo nascido num contexto muito masculino e, também, dentro de uma estrutura que promovia os artistas, mas que sempre foi muito dominada por homens. A geração do feminejo, que veio liderada pela Marília, mudou totalmente essa perspectiva. Colocou a mulher realmente no centro da narrativa. Isso mudou o mercado para sempre porque esse estilo de compor e cantar virou um filão muito lucrativo na música. Hoje as cantoras sertanejas que surgem, que bombam nas paradas, já encontram um mercado muito mais amigável para as mulheres. A gente tem cantoras que fazem muito sucesso, como Simone Mendes, Ana Castela, Lauana Prado, que estão aí sempre se revezando no topo das paradas, muito graças a essa porta que foi aberta pela Marília Mendonça.

2. Qual foi o desafio de, em cinco episódios, fazer uma retrospectiva da carreira da cantora e dimensionar o seu impacto?

Carol Prado: O principal desafio foi organizar os braços temáticos que mostram a importância da Marília Mendonça. Ela fez tanta coisa, foi uma artista tão grande apesar do pouco tempo: foram seis anos só de trajetória como cantora. Ela já tinha uma carreira pregressa como compositora, mas, como cantora mesmo, famosa no Brasil, foram seis anos. Ela foi a cantora mais popular da última década no Brasil e também da era da música consumida pela internet no país. Dimensionar e dividir essa importância em temas foi difícil, a gente teve que se sentar e organizar: o que a gente vai falar sobre a Marília compositora? O que a gente vai falar sobre a Marília cantora? E da relação da Marília com os fãs?

3. O que você descobriu sobre a carreira da Marília que mais te marcou durante a gravação do podcast?

Tem duas coisas que me surpreenderam muito. A primeira é sobre o início da carreira dela. Eu já sabia que a Marília tinha começado muito nova a compor músicas, ainda adolescente, mas eu não tinha o conhecimento mais profundo sobre as músicas que ela compôs. Ela começou a compor com 12 anos e já eram músicas muito maduras. Se olharmos as letras, eram canções com discursos maduros, com situações e sentimentos complexos. Isso me deixou muito fascinada. (...) A segunda coisa é, na verdade, o impacto da morte da Marília. Eu já sabia que a morte dela foi muito intensa para o mercado da música, que tinha gerado um trauma, mas eu não sabia que algumas coisas práticas mudaram no sertanejo por causa disso.

4. O que o público pode esperar do podcast?

Eu acho que o público vai ficar com muitas saudades da Marília, mais ainda do que a gente já sente. O legal é que essa é uma história enriquecedora, não só para quem é fã da Marília, mas também para quem, às vezes, não curte o sertanejo e não presta muita atenção nesse tipo de música. Essa é uma história interessante para todo mundo. Como uma grande artista, por meio do talento, do posicionamento, das escolhas, da estratégia, consegue mudar questões estruturais no mercado. Para quem gosta de música, é uma história muito interessante, muito curiosa. Eu tenho certeza de que quem ouvir vai sair com perspectivas novas sobre música, a indústria musical, sobre o que é ser artista, talento, luto, porque esse é um tema muito forte quando a gente fala de Marília Mendonça. Então, o que o público pode esperar é isso. Muitas saudades, mas também reflexões muito importantes.

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Rio de Janeiro, 22 de julho de 2025

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